sábado, 26 de fevereiro de 2011

Revoltas e petróleo

“Os Verdes” solidários com as revoltas no mundo árabe alertam para a necessidade do fim do império petróleo.

As recentes convulsões no Norte de África têm levado para a rua milhares de manifestantes, opositores aos diferentes governos, e já conduziram ao derrube dos líderes governamentais na Tunísia e no Egipto. Estas revoltas têm-se propagado de forma contagiante e têm agitado não só a África e o Médio-Oriente, mas também a comunidade internacional.

“Os Verdes” entendem que o desenvolvimento dos acontecimentos deve ser acompanhado com alguma precaução e que os diferentes povos devem encontrar no seu seio, e de forma soberana, as respostas às suas revoltas. Não podemos deixar de apoiar a legítima indignação dos povos e o seu direito à manifestação e vontade de mudança. Entendemos que a comunidade internacional deve prestar o auxílio necessário para os refugiados dos conflitos.

Apesar das notícias que nos vão chegando serem contraditórias e imprecisas, não podemos também deixar de condenar a utilização dos pesados meios militares contra os manifestantes e o incerto mas elevado número de mortos que já causaram.

O que estes conflitos continuam a demonstrar é a crise energética que lhes está subjacente e a dependência que continuamos a ter dos combustíveis fósseis. Ciclicamente o Mundo vai-se confrontando com resistência à necessidade urgente de reduzir drasticamente a sua dependência do petróleo e dos combustíveis fósseis. Cada Estado, país, nação, deve definir um caminho estratégico para a sua soberania energética. É esse desafio que, mais do que nunca, se nos coloca.

Em Portugal, uma menor dependência do petróleo significa o desenvolvimento e diversificação da rede de transportes públicos, nomeadamente o ferroviário, uma redução da utilização do automóvel particular e daí um menor investimento em vias rodoviárias. Um repensar na mobilidade nomeadamente ao nível urbano e nos modos suaves de mobilidade, que dispensam o uso de combustíveis fósseis. A necessidade imperiosa de garantir a soberania alimentar dos povos e, muito em particular, em Portugal, reduzindo drasticamente a necessidade do transporte internacional de mercadorias.

E é bom percebermos que não é só o Mundo Árabe que está em revolta.

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