terça-feira, 31 de março de 2009

O CAMPO DE GOLFE DE SANTA MARIA E O PROBLEMA DA ÁGUA


NOTA INTRODUTÓRIA: Em Santa Maria vai ser construído um Campo de Golfe. O Governo para apaziguar rumores de falta de água diz que vai construir um furo especialmente dedicado ao dito empreendimento.




A água é o bem mais precioso que temos. Sem futurologias... nem condescendências... nem radicalismos... nem nada. Certo que num concelho onde se bebe mais álcool que água, este último bem é o menos precioso. Talvez porque está acessível, embora nem sempre se pense como é que a água vem ter às nossas torneiras e quando digo "como" estou a referir-me ao processo de extracção ou captação, de tratamento e de condução da água. Alguém já pensou por que razão é que há tantas viroses nesta ilha? Deixo esta pergunta no ar... Acho que já estou a divagar um pouco, mas queria enquadrar devidamente o meu comentário. E agora vamos à minha opinião que, como tal, é válida como qualquer outra opinião, de alguém que pague impostos e exerça os seus direitos de cidadania, como votar e depois ter moralidade para exigir responsabilidades dos que foram eleitos.

Primeira opinião: o Campo de Golfe é um erro.

Segunda opinião: na óbvia constatação de que o Campo de Golfe será construído a qualquer custo, cumpre-me defender que a água que será utilizada para embriagar o mesmo, será um esbanjamento fútil de recursos. Mais ou menos como se a dada altura a Arábia Saudita decidisse regar o deserto com petróleo. Como pode alguém acreditar que fazer um furo para regar o Campo de Golfe é uma resolução inteligente e pacificadora? Aquela água devia era regar campos de meloas (se elas precisarem de água - assunto que não domino mas que refiro como exercício de retórica), essas sim dão de comer a muita gente, literalmente. A água é importante e ponto final. Se decidirem aproveitar águas de outra proveniência que não a mesma de onde vem toda a água potável (bebível) desta ilha... meus amigos, não sejamos extremistas, usem-na. Depois o solo onde ela vai parar é outra coisa. Reflexão final: se se vai deitar água ao ar por que não fazê-lo numa terra que está sequiosa há décadas, como a zona do Aeroporto ou de Santana?

Daniel Gonçalves, OS VERDES, Santa Maria.

2 comentários:

Tiago R. disse...

Está cheio de razão, mas esta utopia do golf coloca-se também noutras ilhas, igualmente com escassos recursos hídricos.

Escrevi sobre isto aqui: http://politica-dura.blogspot.com/2009/03/golf-e-turismo.html

Força!

Maria Silva disse...

Temos tantos campos de golfo naturais. Abundam por quase todas as ilhas e onde se pode praticar o desporto.