As eleições para Assembleia Legislativa Regional da Região Autónoma dos Açores são uma boa oportunidade para dar corpo à mudança necessária. Os Verdes integrados na CDU têm contribuído para melhorar as condições de vida dos açorianos.
Com provas dadas e com um rico património construído ao longo de 30 anos de existência, Os Verdes apresentam-se como um projecto alternativo de sociedade por oposição ao assalto neoliberal, capitalista e militarista do mundo de hoje.
É urgente uma política diferente, focada nas potencialidade de desenvolvimento da região e na possibilidade de permitir uma justa distribuição da riqueza, na preservação dos ecossistemas e do equilíbrio ambiental do qual o Homem é elemento central, focando-se no desenvolvimento da região autónoma dos Açores e na resolução dos problemas que afectam os açorianos.
- É fundamental estimular a produção e o consumo de produtos alimentares locais com base na agricultura biológica. Criar condições de distribuição e colocação no mercado dos produtos. Apostar na diversidade de culturas e contribuir para que os produtores não fiquem reféns das grandes superfícies comerciais. Proibir o cultivo e comercialização em todas as ilhas dos Açores de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e criar um banco de sementes para garantir a existências e salvaguarda das espécies e estirpes regionais.
- É fundamental apoiar o desenvolvimento da actividade piscatória. Esta deve estar integrada numa política de conservação e protecção do oceano e dos mares dos Açores e deve ter em conta o desenvolvimento da indústria conserveira assim como o regular fornecimento dos mercados locais, em todas as ilhas, de pescado fresco. A defesa da biodiversidade marinha e dos seus recursos, apostando num modelo de pesca tradicional e sustentável e na defesa da soberania do mar açoriano, são também objectivos dos Verdes.
- A gestão de resíduos toma particular importância nos Açores daí que o fundamental é à partida reduzir a sua produção, estimular a utilização de sacos reutilizáveis nas compras, reduzir ao máximo o número de embalagens, estimular a compostagem municipal e caseira. Defendemos uma gestão pública e transparente dos resíduos e contra o seu actual processo de privatização. Os Verdes opõem-se totalmente à incineração de resíduos como forma de tratamento, por constituir uma estratégia contaminante, com graves impactos na qualidade do ar e na saúde das populações e contraria os objectivos de reciclagem e aproveitamento dos resíduos.
- A dignidade humana é também reflexo da relação do Homem com os animais, nomeadamente os domésticos. Nos dias de hoje é inaceitável a ocorrência de espetálucos baseados no sofrimento e tortura de outros animais por isso Os Verdes defendem a proibição das corridas de touros e fim dos apoios públicos às touradas. Defendemos também a criação de uma rede de recolha de animais domésticos errantes, com recurso aos canis existentes. Os Verdes defendem o fim do cativeiro de animais em parques zoológicos ilegais e sem condições e defendem a criação de uma rede de centros de recuperação para fauna selvagem.
- Os Verdes defendem a proibição da caça das aves nativas dos Açores assim como a proibição da introdução de espécies exóticas com fins cinegéticos. É necessário condicionar ou mesmo proibir a construção de empreendimentos em zonas de elevado valor ambiental e proceder à recuperação dos ecossistemas autóctones do arquipélago.
- O turismo é um vetor fundamental na economia da região mas deverá ser desenvolvido com critérios de sustentabilidade e ecológica, fazendo-se valer das riquezas naturais e culturais das ilhas e por isso mesmo contribuir para a sua preservação impedindo a sua destruição ou à sua exploração massiva.
- A mobilidade e os transportes públicos são fundamentais pelo que Os Verdes defendem a sua gestão pública. defendemos o reforço das ligações marítimas entre ilhas assim como os transportes públicos terrestres dentro de todas as ilhas.
- No plano energético é fundamental apostar em planos de eficiência energética e reduzir a dependência externa de petróleo apostando nas energias endógenas e renováveis, como solar térmico e fotovoltáico, a energia eólica e a geotérmica.
- É fundamental criar condições de fixação das populações nas diversas ilhas criando emprego, educação e um serviço público de saúde de qualidade, universal e gratuito, com uma política de proximidade.
- Defendemos o fim da presença militar estrangeira nos Açores nomeadamente na base das Lajes, assim como a sua desafetação das estruturas da NATO.
- Defendemos o reforço financeiro e institucional das autarquias como forma de governação mais plural e democrática, mais próxima do cidadão e mais eficaz na resolução dos seus problemas.
- Defendemos uma cultura de qualidade para toda a população, sem divisão classista de eventos culturais para ricos e pobres. Defendemos a televisão pública açoriana.
As eleições legislativas regionais de 14 de Outubro são uma oportunidade para a mudança, para reforçar “Os Verdes”e a CDU nos Açores. Os Açores precisam de uma voz ecologista presente na Assembleia Legislativa.
Continuaremos a empenhar-nos, tal como temos feito até agora, na implementação destas políticas, a ser porta-vozes das populações, dos mares e das montanhas, dos nossos recursos endógenos. Só assim se conseguirá dar resposta às necessidades de desenvolvimento dos Açores sem pôr em causa as necessidades dos nossos filhos, dos nossos netos. Encontrar um novo caminho para a Região, com mais justiça social e melhor qualidade de vida para todos os quantos partilham este espaço privilegiado plantado em pleno Oceano Atlântico.
Texto publicado na Folha Verde nº 77.
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