Com este Orçamento a austeridade vai continuar, penalizando fortemente os salários, mantendo uma brutal carga fiscal e mantendo o discurso de uma retoma que acontecerá sempre no próximo ano, mas que nunca chega. Nem mesmo com a mentira da "fiscalidade verde" existe justiça neste Orçamente de Estado que claramente mantém a estratégia de empobrecimento. Um empobrecimento que alastra de forma assustadora, para assegurar cada vez mais crescimento aos ricos banqueiros e acionistas de grandes empresas.
Esta amarração a uma austeridade crónica não permite procurar soluções para um desenvolvimento autónomo soberano e ecologicamente sustentável.
Ao privatizar e liquidar transportes, comunicações, energia, educação e saúde, pilares estruturantes do país, este Governo demonstra um cada vez menor sentido de soberania e patriotismo e goza da cumplicidade da presidência da república. Põem os interesses pessoais e corporativistas acima dos interesses do país. E isto leva-nos à célebre frase que Salgueiro Maia proferiu na madrugada do 25 de Abril de 74 antes de iniciar a marcha sobre Lisboa: “…e há o Estado a que chegámos. Ora nesta noite, vamos acabar com o estado a que chegámos”
40 anos depois o estado a que chegámos exige uma nova revolução. Felizmente não estamos em ditadura, a revolução tem de ser feita nas ruas, na contestação e também nas urnas, nas próximas eleições.
Nesta luta contra o Governo e a sua política, sempre ao lado das populações, Os Verdes apresentaram inúmeras propostas de alteração ao Orçamento de Estado, com o objetivo de minimizar o seu impacto na já demasiado penalizada população portuguesa. Propostas no sentido de repor os cortes salariais e das pensões, que eram provisórios, mas parecem cada vez mais definitivos, propostas para dinamizar a economia nacional por via do apoio às micro, pequenas e médias empresas e, e numa terceira vertente, propostas dentro da fiscalidade com impacto ambiental, no sentido de ganhar cidadãos e empresas para a defesa do ambiente.
Noutro campo, Os Verdes têm estado a desenvolver Jornadas Ecologistas, que numa primeira fase decorreram em Santarém e se irão estender a outras regiões do País. Estas jornadas têm como objetivo de denunciar o mau estado ecológico do país, e por outro lado assinalar iniciativas e ações positivas que contribuem apontar direções de desenvolvimento mais equilibrado, saudável e ecologicamente equilibrado.
Porque a contestação continua nas ruas é fundamental apoiar e engrossar a massa de gente que luta contra este Governo e contra esta política de degradação das condições de vida. Uma degradação que se sente cada vez mais nas gentes e na falta de esperança dos Portugueses.
Por essa razão as próximas eleições têm que ser uma arma para a mudança. Têm que ser mobilizadoras não só para a votação mas, acima de tudo, para a participação, para o envolvimento e para a responsabilização dos Portugueses. O nosso futuro é também e muito aquilo que quisermos e fizermos por ele.
Um projeto Ecologista Mais forte contribui para um melhor país.
Contamos contigo, com a tua participação, com a tua indignação, com a tua ação.
Folha Verde nº 90
Novembro-Dezembro 2014
Novembro-Dezembro 2014
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